Números de colheitas e de transfusões de sangue andam 'ela por ela'
O banco de sangue do SESARAM quer passar das 5.459 colheitas de sangue feitas no último ano para as 5.600. Este é o número ideal. Neste momento, praticamente o número de colheitas corresponde ao número de transfusões.
Miguel Albuquerque afirma que a Associação é importante para promover a dádiva.
O responsável pelo banco de sangue do Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) diz que mais importante que ter novos dadores é fidelizar os existentes. É importante fazer mais colheitas, segundo defende, uma vez que o número de transfusões é mais ou menos o mesmo que o das colheitas, o qual, no último ano, foi de 5.459. O ideal, conforme prosseguiu, é ter 3 mil dadores com um total de 5.600 unidades de sangue colhidas. O número foi divulgado na cerimónia de assinatura do protocolo O de cooperação entre o SESARAM e a Associação dos Dadores de Sangue da Madeira, que teve lugar ontem no salão nobre do Governo Regional e contou com a presença do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.
Rafael Freitas falou da importância da associação em causa, presidida por José Marques, tendo em conta a aproximação que a mesma faz à sociedade, à população em geral. Rafael Freitas considerou ser importante uma ligação muito próxima e excelente com a comunidade madeirense.
Aquele responsável sublinhou que as reservas de sangue estão com valores próximos dos mínimos. “Há um valor de transfusões muito próximo das colheitas anuais o que significa que talvez seja necessário reajustar os consumos. Temos trabalhado em algumas alternativas à transfusão mas precisamos trabalhar ainda mais, uma vez que o rácio da nossa população e das colheitas está muito próximo. Só que em vez de mais dadores - que também é importante- queremos, sobretudo, apostar na fidelização dos existentes”, disse.
Apesar de ser difícil apontar um número concreto de dadores, uma vez que aqueles que o são num ano, podem eixar de o ser no ano seguinte, Rafael Freitas explicou que, em 2017, houve cerca de 2.900 dadores, um pouco menos do que no ano anterior.
ACABAR COM PRECONCEITOS
Da parte do presidente do Governo Regional, foi afirmado que “os atos de solidariedade são muito importantes e devem ser praticados sem nenhum problema”.
Para Miguel Albuquerque, vivemos numa sociedade onde impera, muitas vezes, a desinformação e onde existe ainda um conjunto de preconceitos. O governante quer acabar com esse estigma e aponta a Associação dos Dadores de Sangue da Madeira como imprescindível para que se possa desenvolver uma política maior nesta causa que é de interesse comum.
O presidente do Governo Regional considerou necessário termos uma associação fiável e credível em comunicação com governo, daí que tudo tenha sido feito no sentido de os dadores de sangue se organizassem. Na sua opinião, “só assim se consegue um bom funcionamento da parte relacionada com o SESARAM”.
O representante da Associação dos Dadores de Sangue da Madeira, por seu lado, disse que “a nossa vontade é a de ser um meio de aproximação da sociedade ao serviço de sangue do Serviço Regional de Saúde da Região Autónoma da Madeira. E tudo temos feito nesse sentido”. JM
Carla Ribeiro
In “JM-Madeira”