Num documento enviado à Assembleia da República, as Ordens dos Médicos, dos Nutricionistas, dos Enfermeiros, dos Farmacêuticos e dos Médicos Dentistas dão o seu “parecer favorável” à aplicação de medidas sobre o excesso de sal nos alimentos, como a prevista na proposta do Orçamento do Estado para 2018.
Mas paralelamente, as ordens querem ver garantidas iniciativas para a promoção da educação alimentar e medidas junto da indústria para a reformulação de produtos, segundo o documento enviado ao presidente da Assembleia da República e aos grupos parlamentares e a que a agência Lusa teve acesso.
A diminuição do consumo de sal “deverá ser uma das prioridades nacionais”, escrevem as ordens profissionais, lembrando o consumo excessivo em Portugal e as doenças associadas ao excesso de sal.
Em declarações à agência Lusa, a bastonária dos Nutricionistas defendeu que a verba resultante da taxa sobre produtos com excesso de sal seja aplicada diretamente em medidas de promoção da alimentação saudável.
Alexandra Bento frisa que as ordens não querem que a taxa sobre os produtos mais salgados “seja encarada somente como uma medida para obter receita”.
“Temos de pegar na verba que seja arrecadada e usá-la diretamente na promoção da alimentação saudável, aplicando-a totalmente para este fim”, afirmou a bastonária.
A taxa sobre alguns produtos com elevado teor de sal está prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2018, mas partidos como o PCP e o CDS já vieram por em causa a aprovação desta medida.
In “Jornal Económico”