Eduardo Lemos diz que a região regista uma “taxa elevada” a este nível

 

Eduardo Lemos, director da Casa de Saúde São João de Deus, disse que “o suicídio é um problema” e uma “dificuldade” sentida na Região, pois regista uma “taxa elevada” comparado com o todo nacional.

“A Madeira julgo que está com índices francamente elevados relativamente a taxas de suicídio. Eu julgo que o plano de saúde mental também vai trabalhar essa área, principalmente ligando e dando continuidade aos tratamentos e aos cuidados que é uma coisa que hoje está um pouco descurada, porque quando não se monotoriza corremos o risco de perder de vista e haver a recaída e isso, às vezes, é fatal”, disse, ontem, à margem das oitavas Jornadas de Saúde Mental e Psiquiatria da Casa de Saúde São João de Deus, subordinadas ao tema ‘As conexões em saúde mental e psiquiatria’.

 

O director da Casa de Saúde São João de Deus, que adiantou que em breve irá ser implementado “um programa melhor” para combater este flagelo social, frisou que este é um problema que afecta essencialmente as pessoas com dependência do álcool, assim como os jovens que, por sua vez, podem não cometerem suicídio, mas merecem a atenção dos profissionais da saúde mental devido às “tentativas de suicídio”, ou seja, o chamado “pré-suicídio”.

 

Eduardo Lemos afirmou que a falta de profissionais é um problema que se coloca nesta área da psiquiatria, tendo referido que é necessário efectuar um trabalho em rede. E, por isso, defendeu uma maior interligação dos diversos serviços para melhor responder às dificuldades das pessoas. “Essa é uma dificuldade actual, eu sei que a governação está, hoje, muito preocupada com isso. Foi desenvolvido um plano de saúde mental que está já a ser implementado e o resultado dessa implementação é já o nosso servico de proximidade ao cidadão, serviço comunitário, mas faltam pessoas”, referiu, acrescentando que faltam psiquiatras, assim como equipas que “trabalhem em rede”.

 

Rita Andrade, secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais, disse que as doenças do foro psiquiátrico têm vindo a aumentar devido à situação socio-económica de muitas famílias.

 

“Assim como há uns anos, a crise agravou situações de angústia e de depressões, mas têm aparecido outro tipo de problemáticas e, por isso, estes são temas muito dinâmicos. A saúde mental há 10 anos tinha uma abordagem, mesmo em termos científicos e em termos do apoio psicológico. Portanto, as técnicas e os problemas vão evoluindo e sendo diferentes”, explicou, acrescentando que é necessário actuar ao nível da prevenção, sendo o tratamento e o acompanhamento também uma prioridade. 

 

A governante frisou ainda o facto de ser importante combater o estigma associado a muitas destas doenças mentais e, por isso, realçou o trabalho que tem sido desenvolvido a esse nível pelos profissionais que lidam diariamente com esta realidade.

 

In “Diário de Notícias"