Falamos constantemente da prevenção. Nas diferentes realidades, circunstâncias e contextos falamos todos os dias e a toda a hora de prevenção. Na escola, em casa, no centro de saúde, na televisão, nos jornais, nas revistas e nos livros, nunca falámos tanto de prevenção, e de forma tão abrangente, como agora.
Prevenção dos Incêndios; Prevenção das Aluviões; Prevenção das Queimaduras Solares; Prevenção da Obesidade; Prevenção da Diabetes; Prevenção das Doenças Cardiovasculares; Prevenção do Cancro; Prevenção dos Afogamentos nas Praias; Prevenção da Sinistralidade Rodoviária; Prevenção dos Acidentes Domésticos; Prevenção dos Acidentes nas Crianças; Prevenção dos Acidentes nos Locais de Trabalho.
Mas o que é afinal a prevenção? Feita muitas vezes esta pergunta a miúdos e a graúdos, a resposta vai sempre no sentido certo. Dizem-nos muito frequentemente:
Prevenir é informar; Prevenir é esclarecer; Prevenir é desmistificar; Prevenir é alertar; Prevenir é legislar; Prevenir é fiscalizar; Prevenir é; cumprir as regras; Prevenir é orientar; Prevenir é educar; Prevenir é cuidar; Prevenir é proibir; Prevenir é agir.
Todas as respostas anteriores estão certíssimas, mas é a última, prevenir é agir, em que é colocado o foco na ação, que temos de investir. Para além de todas as condições anteriores é fundamental agirmos. Se nada fizermos, se deixarmos as coisas andar da mesma maneira, bem que podemos estar à espera de resultados que nada acontecerá de diferente, nada muda. Uma condição fundamental e válida para todas as áreas da nossa vida. É o “Fia-te na Virgem e não corras” que tão bem conhecemos e aplicamos com frequência. Um aluno quer passar a uma determinada disciplina mas não estudou o suficiente, bem que pode acender uma vela ou até um círio que as hipóteses de ser bem-sucedido serão muito remotas.
Estamos a chegar à reta final dos arraiais e festivais mas nunca é demasiado tarde para falarmos da imperiosa necessidade de prevenir excessos dos consumos nessas festas e outros encontros de jovens. Há pouco mais de uma década uma análise aos inquéritos aos portugueses revelava que a sua principal preocupação em relação aos filhos era a droga. É verdade que era notória uma crescente prevalência e visibilidade deste fenómeno. Face a essa realidade os técnicos mostravam como era a situação dos doentes, um problema extremamente complexo de tratar cujos resultados eram, continuam a ser aliás, muito pouco animadores.
Este sentimento de impotência nunca deixou de existir porque a população somos todos nós, e, todos somos vulneráveis, apesar de por vezes pensarmos que há grupos mais em risco que outros. Nenhuma família pode dizer que está a salvo, que esta questão só afeta os outros. O problema pode atingir qualquer família, de qualquer estrato social ou nível académico.
Vamos todos passar à ação. Vamos Todos pôr a PREVENÇÃO na MODA.
IDALINA SAMPAIO
Socióloga Unidade de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências IASAÚDE, IP-RAM
In “JM-Madeira”