Os portugueses pouparam oito milhões de euros nos últimos dois anos por comprarem genéricos. A quota de mercado destes medicamentos subiu para 47,8% em julho.

 

O Infarmed, a Autoridade Nacional do Medicamento, garante que há mais utentes a optarem pelos genéricos. Estes medicamentos atingiram um recorde de utilização em 2017, passando de uma quota de mercado de 47,1% em janeiro para 47,8% em julho deste ano. Nunca se venderam tantos fármacos biossimilares, mas, ainda assim, está longe do objetivo traçado pelo Governo para o final da legislatura. A ambição é alcançar uma quota de 60%.

 

No entanto, há sinais muito positivos. Em seis meses de 2017, a comercialização de genéricos em Portugal cresceu tanto como em todo o ano de 2016. Há dois anos que se verifica um processo de desaceleração na comercialização destes fármacos. O ano passado fechou com uma quota de genéricos da ordem dos 47,4%, tendo subido apenas 0,4% em relação a 2015. Certo é que, quando os utentes optam por estes medicamentos, estão a poupar dinheiro. O Estado também poupa e sobra mais dinheiro para investir em medicamentos inovadores.

 

"Esta quota de medicamentos genéricos veio contribuir para a redução da despesa dos utentes com medicamentos, que atingiu cerca de oito milhões de euros nos últimos dois anos. Entre janeiro e julho de 2017, os utentes despenderam 407,6 milhões de euros, menos 7,8 milhões face ao mesmo período de 2015", explica o Infarmed, em nota enviada à Comunicação Social.

 

A Autoridade Nacional do Medicamento entende que este crescimento na venda de genéricos reflete as campanhas de informação e o pagamento de um incentivo de 35 cêntimos por cada embalagem dispensada nas farmácias. Desde o início deste ano que o Ministério da Saúde criou uma contribuição às farmácias, com vista à dispensa dos genéricos mais baratos. As farmácias recebem uma comparticipação de 35 cêntimos por cada embalagem de genérico vendida com um dos quatro preços mais baixos do grupo homogéneo.

 

Como noticiou o JN, no final de 2016, só um terço dos genéricos vendidos em Portugal estavam entre os mais baratos. A maioria dos portugueses estava a comprar genéricos mais caros, quando havia fármacos idênticos no mercado a preços mais baixos.

 

In “Jornal de Notícias”