A SPP recomenda que os doentes crónicos se mantenham num espaço fresco e não colaborem no combate aos incêndios. Em zonas com fumo, o doente deve tapar o nariz e a boca com um pano molhado.
Proteger a boca e nariz com máscara ou lenços húmidos, não fumar ou acender velas dentro da habitação e ligar a opção de recirculação do ar condicionado, se o tiver. Estes são alguns dos conselhos da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), especialmente direccionados a doentes crónicos, para minimizar os riscos respiratórios durante os incêndios.
A SPP aconselha as pessoas a ficarem dentro de casa, “mantendo as portas, janelas e tampas de lareiras fechadas” e tapando “as frinchas existentes com panos molhados”. Caso seja necessário ir para a rua, numa zona com fumo, há que utilizar “um pano molhado para tapar o nariz e a boca”, aconselha a entidade, em comunicado.
Se a temperatura estiver muito alta dentro de casa, “o melhor é procurar outro abrigo ou ser evacuado para uma zona com menos fumo” e, se a pessoa tiver de atravessar de carro uma zona com fumo, deve manter “as janelas e os ventiladores fechados”, alerta a SPP no seu comunicado. Para além disso, o doente crónico “deve ter consigo a medicação de socorro (SOS) e usá-la, caso necessário”. O doente também não deve “colaborar no combate aos incêndios”, acrescenta-se.
No Verão, nos dias de temperaturas muito elevadas, “é produzida uma grande quantidade de ozono (O3) que contribui para a descompensação das doenças respiratórias crónicas em ambientes urbanos”, esclarece a Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica) no documento. Os gases produzidos nos incêndios são, ainda, “responsáveis pela redução da qualidade do oxigénio que o pulmão fornece aos órgãos e tecidos do corpo, potenciando e agravando as doenças respiratórias, com o aparecimento de tosse, pieira, falta de ar, respiração acelerada, irritação do nariz, da garganta ou da traqueia”, prossegue.
Nos dias de calor
Para prevenir complicações respiratórias nos dias de temperaturas mais elevadas, a SPP recomenda que se evite estar no exterior e ao sol, “sobretudo entre as 11 e as 17 horas”, e o uso de “roupas frescas e largas, sem grande exposição da superfície corporal ao sol”, preferencialmente de tecidos como algodão e de cores claras.
A hidratação também é fundamental: há que privilegiar “água ou sumos de fruta natural” e evitar bebidas “alcoólicas, gaseificadas, com cafeína, ou ricas em açúcar.” A actividade física deve ser feita com reservas, “em horários com menos intensidade de radiação e em local fresco” e há que estar atento aos “sintomas de agudização de doença crónica”, informando o médico caso haja a situação se agrave, remata o comunicado.
Andreia Sanches
IN “Público”