Atualmente, cerca de 5,5 milhões de pessoas na UE sofrem de hepatite C.

Hoje, 28 de julho, celebra-se o Dia Mundial da Hepatite. É importante não só recordar que na UE dispomos dos instrumentos necessários para ter êxito, mas também que devemos realmente trabalhar em conjunto para assim podermos eliminar esta epidemia “silenciosa”.

Atualmente, cerca de 5,5 milhões de pessoas na UE sofrem de hepatite C e, na realidade, este número pode ser muito mais elevado. Uma vez que é, muitas vezes, difícil observar os sintomas antes de uma fase tardia e dado que esta doença afeta predominantemente os mais pobres e vulneráveis, a hepatite C é conhecida como a epidemia “silenciosa”. A realidade é também bastante preocupante devido ao custo proibitivo dos medicamentos para o tratamento desta doença. No entanto, a hepatite é uma doença evitável. Se concentrássemos os nossos esforços na prevenção, poderíamos reduzir substancialmente as necessidades de cura.

Sabemos o que precisa de ser feito: mais ensaios, rastreio e sensibilização, nomeadamente entre os grupos mais vulneráveis, bem como um diagnóstico atempado, deteção precoce e tratamento apropriado. Os Estados-membros comprometeram-se a alcançar, até 2030, o objetivo de desenvolvimento sustentável de erradicar o VIH/sida e a tuberculose e reduzir as hepatites virais. A nível europeu, nós, na Comissão Europeia, continuamos plenamente empenhados em ajudar os Estados-membros, tal como foi salientado na nossa comunicação “Próximas etapas para um futuro europeu sustentável”.

Apoiamos iniciativas mundiais na área da saúde, como por exemplo o Fundo Mundial de Luta contra a Sida, a Tuberculose e a Malária. Também assinámos recentemente uma declaração conjunta intitulada “Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento”, que vincula a UE e os seus Estados-membros a continuarem a investir na prevenção e na luta contra as doenças transmissíveis, e a assegurarem vacinas e medicamentos essenciais a preços acessíveis para todos. Este consenso é o nosso principal instrumento externo para implementar a Agenda 2030 na nossa cooperação para o desenvolvimento. A Comissão está também extremamente empenhada em continuar a apoiar a investigação em matéria de hepatite viral e o desenvolvimento de instrumentos de prevenção e terapêuticos, ao abrigo do programa Horizonte 2020.

Queremos também continuar a promover a cooperação a nível da UE. A Comissão prolongou o trabalho em curso com os países da UE e as partes interessadas relativamente ao VIH/sida, à hepatite e à tuberculose de forma a aumentar a prevenção e os programas de ensaios, a abordar as desigualdades sociais e a assegurar o acesso a rastreios e cuidados para todos. Utilizaremos o Programa de Saúde da UE para apoiar medidas que visem, em especial, os mais vulneráveis. Além disso, os Estados-membros são convidados a utilizar o Acordo de Contratação Conjunta para poderem obter medicamentos em condições mais favoráveis.

Acredito firmemente na necessidade da prevenção, do tratamento e do cuidado eficaz de doentes com hepatite se tornarem uma prática habitual em toda a Europa. Juntos, podemos erradicar a hepatite na Europa.

OPINIÃO

 

VYTENIS ANDRIUKAITIS

In “Público