Um milhão de pessoas morreu de problemas ligados ao VIH/sida no ano passado, o que representa quase metade das mortes em relação àquilo que acontecia em 2005, de acordo com dados das Nações Unidas hoje divulgados
O documento da ONUSIDA considera que foi atingido um “ponto de viragem”, com mais de metade dos doentes no mundo em tratamento e com uma contínua diminuição das novas infeções por VIH/sida.
“O número de mortes ligados ao VIH/sida caiu de 1,9 milhões em 2005 para um milhão em 2016”, frisa a coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/sida, numa nota sobre o relatório mais recente acerca da infeção. O relatório é divulgado antes da abertura, no domingo, em Paris, de uma conferência internacional sobre a doença.
A diminuição do número de mortes é atribuída fundamentalmente a uma melhor difusão dos tratamentos com antirretrovirais. Aliás, o número de seropositivos com acesso a tratamento antirretroviral em todo o mundo superou, em 2016, os 50%, o que ocorre pela primeira vez desde o início da epidemia.
Segundo os dados relativos ao ano passado, 19,5 milhões dos 36,7 milhões de pessoas com VIH/sida estavam em tratamento. Para 2020, a meta definida para as Nações Unidas é ter 30 milhões de pessoas a receber o tratamento adequado para a infeção.
“Atingimos a meta de 2015 de ter 15 milhões de pessoas em tratamento e estamos no caminho para duplicar esse número e atingir a meta de 2020”, refere o diretor executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé.
As regiões de África oriental e do sul foram as que exibiram maior progresso a este nível, sendo igualmente as mais afetadas pela epidemia de VIH/sida. Nestas zonas do mundo, as mortes ligadas à sida decaíram 42% e as novas infeções reduziram quase 30%.
Para 2020, o Programa das Nações Unidas para o VIH tem como meta conseguir que 90% das pessoas que vivem com a infeção estejam diagnosticadas.
Em 2016 atingiu-se 70% nesse objetivo, com mais de dois terços dos infetados a serem conhecedores do seu estatuto.
Os outros dois elementos da tríade de 90/90/90 definidos pela ONU são atingir 90% dos diagnosticados em tratamento e 90% dos que estão em tratamento atingirem carga viral indetetável (o que torna muito baixa a possibilidade de transmitir a infeção).
Os dados divulgados no novo relatório mostram que 77% das pessoas que têm diagnóstico estão a aceder a tratamento e que 82% das pessoas em tratamento têm carga viral indetetável.
In “Jornal Económico”