O Congresso Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG, na sigla inglesa) lançou um novo guia de orientação prático, desenvolvido pelo “Committee on Practice Bulletins-Ginecology”, em colaboração com Mark Pearlman, Myrlene Jeudy e David Chelmow, que realça a importância da decisão partilhada entre a paciente e o médico

 

As novas recomendações, publicadas na edição deste mês do “Obstetrics & Gynecology”, centram-se nas mulheres com risco intermédio para o desenvolvimento do cancro da mama. Os autores do guia consideram que existe ainda uma certa confusão devido à discordância entre as principais orientações sobre quando realizar a mamografia de rastreio e com que frequência deve este exame ser feito.

 

“A nossa nova recomendação considera cada paciente de forma individual”, revelou Christopher M. Zahn, vice-presidente de atividades de prática do ACOG, em conferência de imprensa. Acrescentando que, com a variedade de opções razoáveis existente, os profissionais de ginecologia e obstetrícia devem ser encorajados a ajudar as pacientes nas suas escolhas pessoais de rastreio.

 

No que diz respeito a decisões como quando começar e terminar o rastreamento ou a sua frequência, estas devem ter em linha de conta o histórico de saúde da mulher e as suas preocupações e preferências, ponderando sempre potenciais riscos e benefícios.

 

Este novo guia prático sugere também que o aconselhamento do rastreio seja dado a partir dos 40 anos para as mulheres de risco intermédio. O que contraria algumas das orientações principais como é o caso da “US Preventive Services Task Force”, que recomenda que as mamografias comecem só aos 50 anos de idade.

 

De acordo com a ACOG, as mulheres que se inserem neste grupo devem realizar mamografias de rastreio a anualmente ou de dois em dois anos até aos 75 anos.

 

As novas recomendações aconselham os médicos a avaliar o risco de cancro da mama com periodicidade, revisando sempre o historial clínico da paciente. “A avaliação inicial deve elucidar informações sobre fatores de risco reprodutivo, resultados de biopsias anteriores, exposição à radiação ionizante e historial familiar”, pode ler-se no guia.

 

Ao contrário do que poderia ser esperado, o auto-exame não é recomendado nestas mulheres devido ao possível risco de resultados enganadores, isto é, falso-positivos. O médico deve aconselhar estas pacientes sobre o autoconhecimento das mamas, para que estas possam aprender a identificar a dor, massa, nova descarga mamilar ou vermelhidão.

 

Medscape/SF

 

In “Jornal Económico”