A esperança média de vida em Portugal aumentou dos 79,29 anos em 2008-2010 para os actuais 80,41 anos. As mulheres tendem a viver mais tempo, mas o intervalo está a encurtar-se.
Apesar da crise, e dos reflexos que esta possa ter tido em termos de acesso aos cuidados de saúde, os portugueses estão a viver mais tempo: a esperança de vida à nascença aumentou para os 80,41 anos, no triénio 2013-2015, segundo os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Entre 2008 e 2010, o número médio de anos que cada um poderia viver era de 79,29 anos. Além dos ganhos na esperança média de vida, encurtou-se, nestes anos de forte crise económica e social, a diferença entre homens e mulheres. No período agora em análise, os homens podem contar com uma esperança média de vida à nascença de 77,36 anos, enquanto entre as mulheres esse valor sobe para os 83,23 anos. É uma diferença de 5,87 anos. Em 2008-2010, porém, essa diferença chegava aos 6,02 anos.
“Havia um [desfasamento na esperança de vida entre homens e mulheres] que se vinha mantendo constante e que se estreitou agora. Isso significa que estamos a conseguir controlar algumas causas de morte no sexo masculino”, interpreta Maria Filomena Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia.
“Na detecção precoce de alguns problemas de saúde, nos cuidados na alimentação e na gestão pessoal da saúde, as mulheres tendem a ter maiores cuidados, o que poderá ajudar a perceber que vivam mais anos. Mas actualmente os homens tendem também a adoptar alguns desses comportamentos e penso que, e falando em termos muito genéricos, é por aí que estamos a conseguir reduzir as principais causas de morte ligadas a problemas relacionados com o sistema circulatório, os enfartes de miocórdio, os acidentes vasculares cerebrais…”, admite ainda a demógrafa.
Para o estreitamento do intervalo entre homens e mulheres, no que à esperança de vida diz respeito, terão ainda contribuído outros factores. “Tradicionalmente, os homens tinham uma maior exposição ao risco de acidentes rodoviários, profissões de maior risco e hábitos de consumo de álcool e tabaco. Hoje, as mulheres também estão expostas a isto tudo”.
Curiosamente, a esperança de vida à nascença difere de região para região. No Centro, esse valor é de 80,8 anos para o total da população, sendo que, no Cávado, Coimbra e Leiria, a esperança média de vida para ambos os géneros atinge valores acima dos 81 anos. Os Açores e a Madeira são, por outro lado, as regiões que apresentam uma menor esperança de vida à nascença, sempre abaixo dos 78 anos. E são também aquelas onde o intervalo entre homens e mulheres é maior, o que poderá explicar-se pelo “acesso à saúde um bocadinho diferenciado”, entre homens e mulheres. Seja como for, e a apesar de as mulheres na Madeira poderem contar viver em média mais 7,54 anos do que os homens, estas diferenças regionais e entre géneros têm vindo a esbater-se, ou seja, “o país está a caminhar para a harmonização destes valores”, segundo assevera Maria Filomena Mendes.
Para o estreitamento do intervalo entre homens e mulheres, no que à esperança de vida diz respeito, terão ainda contribuído outros factores. “Tradicionalmente, os homens tinham uma maior exposição ao risco de acidentes rodoviários, profissões de maior risco e hábitos de consumo de álcool e tabaco. Hoje, as mulheres também estão expostas a isto tudo”.
Curiosamente, a esperança de vida à nascença difere de região para região. No Centro, esse valor é de 80,8 anos para o total da população, sendo que, no Cávado, Coimbra e Leiria, a esperança média de vida para ambos os géneros atinge valores acima dos 81 anos. Os Açores e a Madeira são, por outro lado, as regiões que apresentam uma menor esperança de vida à nascença, sempre abaixo dos 78 anos. E são também aquelas onde o intervalo entre homens e mulheres é maior, o que poderá explicar-se pelo “acesso à saúde um bocadinho diferenciado”, entre homens e mulheres. Seja como for, e a apesar de as mulheres na Madeira poderem contar viver em média mais 7,54 anos do que os homens, estas diferenças regionais e entre géneros têm vindo a esbater-se, ou seja, “o país está a caminhar para a harmonização destes valores”, segundo assevera Maria Filomena Mendes.
Quanto à esperança de vida aos 65 anos, atingiu os 19,19 anos, para o total da população. Mas também aqui as perspectivas parecem mais risonhas para as mulheres. Enquanto os homens de 65 anos podem esperar viver, em média, mais 17,32 anos, as mulheres com aquela idade ainda podem aspirar a mais 20,67 anos de vida, o que representa ganhos de 0,58 e 0,64 anos, respectivamente, face a 2008-2010.
In “Público”