Portugal tem 280 casos confirmados de hepatite A, num total de 327 notificados desde o início do ano, segundo o último balanço da Direção-geral da Saúde (DGS).
De acordo com os dados da DGS, este surto, que começou no início do ano e afeta outros países europeus, atingiu sobretudo homens (91%) e em mais de metade dos casos (54%) o contágio deu-se por contacto sexual.
A maioria dos casos notificados ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo (256).
A DGS, tendo em conta o surto de hepatite A, prevê o reforço da vacinação antes de grandes eventos como o Arraial Pride Lisboa, o WorldPride Madrid 2017 ou os grandes festivais de verão, aconselha a adoção de medidas de prevenção durante as iniciativas e, após, a vigilância de sintomas compatíveis com os da hepatite A.
Em maio, a DGS atualizou a norma sobre a hepatite A e os viajantes deixaram de precisar de submeter o pedido de vacinação à Direção-geral da Saúde, bastando ter a prescrição do médico.
Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional e o médico prescritor da vacina tinha de contactar previamente a autoridade de saúde.
Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o ‘stock’ de vacinas, de modo a que chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.
No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da DGS, sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.
Segundo a DGS, desde 03 de abril foram administradas cerca de 2.100 vacinas administradas, uma média de 47/dia, das quais 81% na região de Lisboa e Vale do Tejo, a quase totalidade em contexto de pré-exposição.
Relativamente à campanha desenvolvida em Lisboa, designadamente no Bairro Alto, com uma unidade móvel de vacinação, a DGS recorda que entre 27 e 29 de abril foram vacinadas 150 pessoas e nos dias 05 e 06 de maio outras 164.
A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não se torna crónica e dá imunidade para o resto da vida.
In “Diário de Notícias”