Fundação do Pulmão defende aumento de preço do tabaco e multas

 

Proibir fumar nicotina em todos os locais fechados, multar o “prevaricador” que fume em sítios proibidos, aumentar “exponencialmente” o preço do tabaco e comparticipar as drogas para desabituação tabágica são medidas defendidas pela Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP).

 

Em entrevista à Lusa, no âmbito do Dia Mundial Sem Tabaco, que é assinalado esta quarta-feira, o presidente da FPP, José Alves, destacou quatro políticas “fundamentais” antitabágicas, começando por enumerar a proibição de fumar nicotina, seja tabaco aquecido, seja tabaco normal, seja nicotina eletrónica, em todos os lugares fechados.

 

Penalizar o “prevaricador” que fume em locais proibidos é a segunda medida que o presidente da FPP destaca.

 

 “Nunca ninguém apanhou multas por estar a fumar em sítios proibidos”, defende aquele responsável, referindo: “quando na autoestrada vamos a 160 quilómetros por hora apanhamos uma multa”.

 

Outra medida “urgente” é, para o responsável, aumentar de forma exponencial o preço do tabaco.

 

 “Atualmente, um maço de tabaco custa cinco euros (...), há dez anos, na Irlanda, um maço de tabaco, com 20 cigarros, custava 20 euros”, alerta José Alves, sublinhando que o valor dos maços de tabaco tem de aumentar.

 

O quarto ponto fundamental para combater o vício do tabaco é, para o presidente da FPP, o Estado comparticipar as drogas para a desabituação tabágica quando “clinicamente se justifique”.

 

 “Clinicamente”, porque, explicou o clínico, há fumadores que decidem deixar de fumar num dia, “compram a droga comparticipada pelo Estado e param de a tomar” nos dias seguintes, lamentou, declarando que o Estado não deve ser penalizado por “tíbias tentativas de deixar de fumar”.

 

Reverter os proveitos dos impostos para realizar campanhas antitabágicas ou proibir fumar os ocupantes de todos os veículos motorizados são outras das medidas defendidas pela FPP.

 

Em Portugal, e no mundo ocidental, as principais causas de morte são o acidente vascular cerebral, doenças cardiovasculares, cancro e doença pulmonar obstrutiva crónica. “Todas elas ligadas com o tabaco”, enumerou o especialista e presidente da FPP desde agosto passado.

 

O hábito de fumar mata em Portugal 12 mil pessoas por ano, ou seja 32 mortes por dia.

 

No mundo mata sete milhões de pessoas, indicam dados da Organização Mundial da Saúde, conhecidos na véspera do Dia Mundial Sem Tabaco -, no qual é avaliado o impacto do tabaco na saúde e na economia, mas também, e pela primeira vez, no ambiente.

 

RUI DUARTE SILVA

 

In “Expresso”