Maioria de chamadas foram de homens. Há um ano que maços de tabaco mostram imagens chocantes e informação sobre a linha de cessação tabágica.
O número de pessoas que procurou ajuda para deixar de fumar através da linha de telefone de apoio à Cessação Tabágica da Direcção-Geral de Saúde (DGS) tem vindo a diminuir. Mas, mesmo assim, entre Maio de 2016 e Abril de 2017, o serviço de atendimento recebeu 2506 telefonemas.
Segundo dados enviados ao PÚBLICO pela DGS, o perfil de quem pediu ajuda para deixar de fumar é o seguinte: quase o dobro de homens (1670) do que mulheres (825); a grande maioria, em ambos os sexos, está na faixa etária entre os 35 e 69 anos; e é sobretudo residente em Lisboa e Vale do Tejo (982) ou no Norte (876). Os Açores e a Madeira foram as regiões com menor procura (com 15 e sete chamadas, respectivamente).
A procura começou a diminuir em Janeiro, quando se registaram 182 chamadas. Em Abril já só foram 151, ou seja, uma média de cinco por dia, longe das 434 que foram feitas em Julho de 2016, o mês recorde até agora.
Aliás, os meses de Verão do ano passado tiveram mais procura do que os de Inverno. Em Novembro, a linha recebeu apenas 68 chamadas. Janeiro, o mês das "resoluções" de Ano Novo, teve 182.
Neste sábado faz um ano que entrou em vigor a medida que obriga que todos os maços de tabaco tenham imagens chocantes, como a de uma mulher a cuspir sangue, ou de uma boca com lesões cancerosas e dentes podres. As novas regras de rotulagem resultaram da transposição de uma directiva europeia. As imagens-choque passaram também a ser acompanhadas, desde então, de informação sobre onde procurar apoio para deixar de fumar, como o site da Direcção-Geral da Saúde (www.dgs.pt) e a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24), para a qual os candidatos a ex-fumadores podem ligar.
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No essencial, este serviço de atendimento por cessação tabágica da Linha de Saúde 24 reencaminha quem o procura para o respectivo Agrupamento de Centros de Saúde, para uma consulta de cessação tabágica.
Na altura do lançamento das novas medidas a médica Emília Nunes, directora do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, lembrou que o vício do tabaco mata em Portugal mais de 30 pessoas por dia.
In “Público”