A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) está a preparar a comemoração do Dia Mundial do Médico de Família, destinado a celebrar o papel do médico de família no sistema de saúde e na sociedade portuguesa.
Neste dia, a 19 de maio de 2017, com o apoio dos médicos de família e médicos internos da especialidade, pretende-se despertar consciências para o sedentarismo (reduzida atividade física) e para a depressão. Assim, como nos anos anteriores, um pouco por todo o país, internos da especialidade e médicos de família irão festejar a data com uma campanha junto da comunidade, com o tema “Vencer o Sedentarismo… Adeus Depressão”. Esta ação pretende também contribuir para informar e esclarecer a população sobre a importância dos cuidados de saúde da pessoa e da família e defender a valorização da Medicina Geral e Familiar.
Neste ano, a Região Autónoma da Madeira terá o privilégio de ser a região do país eleita para estar no “centro” desta celebração. Neste dia, contaremos com uma sessão solene, a realizar-se entre as 18 e as 20 horas, no auditório da Reitoria da Universidade da Madeira, onde iremos contar com a presença do Presidente da APMGF, Dr. Rui Nogueira, do Presidente da Câmara Municipal do Funchal, Dr. Paulo Cafôfo e do Secretário Regional da Saúde, Dr. Pedro Ramos.
Segundo a Wonca e a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão e o sedentarismo exercem um peso cada vez maior nas sociedades ditas desenvolvidas e em todos os grupos etários. A saúde mental é uma indivisível parte da saúde geral e do bem-estar do individuo e das famílias. Está associada a uma das maiores taxas de incapacidade (psicossocial, sobretudo) e a altas taxas de morbimortalidade, esta sobretudo à custa do suicídio que, a nível mundial e nacional, é uma das principais causas de morte.
Outro desafio de saúde pública que urge superar é o sedentarismo, onde frequentemente convive com a depressão na mesma pessoa ou na mesma família!
O decréscimo nos índices de atividade física, resultantes da crescente urbanização, sedentarismo das formas laborais e dos meios de transporte, aliadas às alterações no padrão alimentar estão na origem de um conjunto de problemas a vários níveis, dando se como exemplos: diabetes mellitus, dislipidemias, hipertensão arterial; perda da autoestima, depressão, ansiedade, alterações do comportamento alimentar, isolamento social e discriminação laboral. A sua solução deve passar por intervenções de caráter multissetorial, as quais devem visar mudanças positivas na alimentação e fomentar a atividade física.
O médico de Família deve ser o primeiro elo de ligação entre o utente e o sistema de saúde, encontrando-se disponível para o mesmo independentemente da raça, género ou idade; a sua abordagem deve ser centrada na pessoa, família e na comunidade; é responsável pela prestação de cuidados longitudinalmente; a sua tomada de decisão depende da incidência e da prevalência das patologias na comunidade; gere problemas agudos e crónicos, promovendo a saúde e bem-estar nas suas dimensões física, psicológica, social e cultural.
Em vésperas da comemoração de mais um Dia Mundial do Médico de Família, queremos convidar toda a comunidade madeirense, os Médicos de Família e demais profissionais de saúde a participarem neste evento. O médico de família é um agente crucial para a promoção da saúde nos tempos modernos e fulcral para permitir uma medicina que se quer de proximidade, global, holística e de qualidade.
A Delegação Regional da APMGF
In “Jornal da Madeira”