Relatório da UNICEF na Semana Mundial da Imunização.
Entre 2000 e 2015, graças à vacinação, as mortes de menores de cinco anos devido ao sarampo diminuíram 85% e as devido ao tétano neonatal 83%, segundo números da UNICEF divulgados nesta quarta-feira.
A propósito da Semana Mundial da Imunização, que decorre até sexta-feira, a UNICEF estima ter imunizado quase metade das crianças menores de cinco anos, tendo adquirido em cem países cerca de 2,5 mil milhões de doses de vacinas, tornando o organismo da ONU o maior comprador de vacinas para crianças do mundo.
Num comunicado, a UNICEF salienta que "atende a quase metade das crianças do mundo com vacinas que salvam vidas" e diz que apesar do progresso "milhões de crianças ainda não são abrangidas pela vacinação que protege as suas vidas".
"O acesso à vacinação levou a uma diminuição impressionante das mortes de crianças menores de cinco anos por causa de doenças que se podem prevenir mediante a imunização e trouxe o mundo mais perto do objectivo de se erradicar a poliomielite", diz a UNICEF.
E se diminuíram drasticamente as mortes por sarampo e tétano, baixaram também para quase metade as mortes por pneumonia e para mais de metade as mortes por diarreia, no mesmo período (2000 a 2015) e em consequência das vacinas.
Ainda assim, salienta a organização das Nações Unidas, todos os anos cerca de 19,4 milhões de crianças não recebem vacinas completas em todo o mundo, a maior parte (dois terços) delas a viver em países afectados por conflitos.
"Sistemas de saúde precários, pobreza e desigualdades sociais também significam que uma em cada cinco crianças menores de cinco anos ainda não é atingida com vacinas que poderiam salvar sua vida", diz a UNICEF.
E citando o chefe da área da imunização da UNICEF, Robin Nandy, acrescenta o comunicado: "Todas as crianças, independentemente de onde vivam ou quais sejam suas circunstâncias, têm o direito de sobreviver e prosperar, e a estar protegidas contra as doenças mortais".
Desde 1990, ainda de acordo com o mesmo responsável, a imunização tem sido "uma das principais razões para o decréscimo considerável da mortalidade infantil", apesar de "1,5 milhões de crianças ainda morrerem cada ano devido a doenças que se podem prevenir com uma vacina".
In “Público”