Medicamentos com vitamina D, como qualquer medicamento, não são isentos de efeitos adversos, alerta o Infarmed
O Infarmed, a Direção-Geral de Saúde e o Instituto Ricardo Jorge vão avançar com uma avaliação "firme e rigorosa" do diagnóstico e tratamento do défice de vitamina D, devido ao forte aumento do consumo destes medicamentos.
"Dados recolhidos pelo Infarmed mostram uma duplicação dos encargos entre 2015 e 2016, valor esse que quintuplica em dois anos, passando de 1,1 milhões de euros para 5,7 milhões [de euros], incluindo medicamentos com e sem comparticipação", revelou em comunicado a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).
Já o financiamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou de 779 mil euros para 2,1 milhões num ano, segundo a mesma entidade.
"Estes valores, só por si, não permitem concluir que há um sobretratamento do défice de Vitamina D", sublinhou o Infarmed, acrescentando que "a discrepância de valores nos resultados publicados em dois estudos diferentes justifica uma avaliação profunda e esclarecedora nesta área".
Assim, o Infarmed, em colaboração com a Direção-Geral de Saúde (DGS) e o Instituto Ricardo Jorge (INSA), está a averiguar quais as razões que justificam este "aumento anormal" da utilização de medicamentos contendo vitamina D.
Segundo o Infarmed, esta investigação está a ser efetuada em diversas vertentes, desde logo, relativamente às metodologias utilizadas na determinação dos níveis sanguíneos de vitamina D, à racionalidade clínica na prescrição de medicamentos com vitamina D, e às práticas promocionais daqueles medicamentos por parte das empresas farmacêuticas.
O Infarmed alerta que os medicamentos com vitamina D, como qualquer medicamento, não são isentos de efeitos adversos e devem ser utilizados apenas quando existe clara indicação clínica
In “Público”