A educação é uma tarefa importante na vida de cada um. Para educar baseamo-nos na intuição, no senso comum ou na experiência dos que nos estão próximos. Infelizmente, não dispomos de modelos perfeitos ou de manuais de referência com estratégias que nos ensinem a educar de um modo totalmente adequado.

 

E, porque “aprender a educar é prevenir”, a Unidade Operacional de Intervenção em Comportamento Aditivos e Dependências (UCAD) do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP – RAM, elaborou um guia com o intuito de ajudar os pais a adquirir algumas estratégias e capacidades educativas, para fazer face às necessidades de cada família.

 

Este guia de prevenção pretende fornecer ideias e estratégias que possam ajudar os pais a encontrar formas de atuação, que lhes permitam começar, desde cedo, uma verdadeira educação para a saúde

 

A prevenção de comportamentos de risco é cada vez mais entendida como um processo de educação para a saúde e para os valores, uma vez que se entende que a saúde tem uma dimensão bio, psico e social.

 

O papel dos pais começa pela criação e desenvolvimento de relações afetuosas e seguras com os filhos, ajudando-os a distinguir o bem e o mal, estabelecer limites, transmitir regras claras de comportamento, dar respostas às suas dúvidas com informação correta, dispensar o seu tempo para conversar e sobretudo ouvi-los.

 

Falar sobre o consumo de drogas e álcool a crianças desta faixa etária não faz muito sentido, no entanto, entendendo-se a prevenção como um processo de educação para a saúde, compreende-se a importância de se falar do corpo e aprender a cuidar dele, da saúde como um bem essencial, da importância da alimentação correta e equilibrada, dos estilos de vida saudável, da prática da atividade física, do perigo das substâncias tóxicas e outras.

 

DEFINIÇÃO DE REGRAS

 

As regras são importantes para o bom funcionamento da família e para a prevenção dos comportamentos de risco. Devem ser definidas em conjunto e conhecidas por todos os elementos da família. Assegure-se que os seus filhos as compreendem. Esclareça o porquê das regras e seja específico na sua definição, detalhando todos os pormenores para evitar dúvidas. Por último, o papel dos pais centra-se na supervisão do cumprimento das regras e na aplicação dos reforços e das punições previstas. As regras não são estanques, pois evoluem e alteram-se face às diferentes dinâmicas familiares, às vivências e à medida que os filhos se desenvolvem.

 

TRANSMITIR VALORES E PRINCÍPIOS

 

A transmissão de valores e princípios deve ser clara e funcionar como referência para a família. Assegure-se que os seus filhos compreendem os valores transmitidos, tais como a honestidade, a solidariedade, a partilha, a saúde, o respeito por si e pelos outros. Para tal, não se esqueça, a imitação é uma das principais formas de aprendizagem, sendo os pais os principais modelos. Por isso, o seu comportamento é importante e decisivo.

 

CONVERSE COM O SEU FILHO

 

Incuta na sua família uma cultura de diálogo, de conversa aberta e sincera, repeitando sempre o espaço do seu filho, quando este não quer conversar, pois há filhos mais reservados que outros.

 

Para que as conversas sejam mais atrativas, esteja a par dos assuntos que lhes interessam. Quando dizemos que devemos conversar, estamos também a dizer que os devemos ouvir. Oiça o seu filho, não o interrompa, deixe se exprimir, pois só assim conhecerá os seus pontos de vista, os seus interesses, as suas dúvidas. Ao conversar, está a lhes dar a devida atenção, a fomentar sentimentos de confiança, de afeto… a construir uma relação emocional forte, baseada na partilha de ideias, sentimentos e experiências.

 

A relação baseada na confiança, reforçando os seus comportamentos positivos e esclarecendo as suas dúvidas e crenças sobre as substâncias psicoativas, faz com que os nossos filhos cresçam num ambiente de segurança e equilíbrio, que lhes permitirá fazer escolhas saudáveis no decorrer da sua vida.

 

Consulte o “GUIA PRÁTICO PARA AS FAMÍLIAS” através do site www.iasaude.pt/ucad/

 

RUBINA NÓBREGA

 

Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP – RAM Unidade Operacional de intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências 

 

In “Jornal da Madeira