ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS LÍCITAS E ILÍCITAS

A família constitui um espaço de crescimento e aprendizagem para todos os seus membros, em que os pais podem ser, por excelência, agentes de prevenção. Neste contexto, prevenir é uma tarefa tão natural como a convivência entre pais e filhos. É dar e receber afetos, é comunicar, é desfrutar o tempo livre com os filhos, é colocar limites e fazê-los respeitar, é dar confiança e apoio incondicional.

É simplesmente EDUCAR. É fundamental dispor de informação/formação básica para dialogar de forma natural e genuína com os filhos sobre as drogas e as problemáticas associadas. O Instituto da Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP- RAM através da Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências, elaborou um guia que pretende orientar os pais e educadores, disponibilizando um conjunto de estratégias de atuação perante a possibilidade do consumo de drogas por parte dos filhos e educandos.

ESTABELECER NORMAS ADEQUADA

Manter normas familiares, adequadas e consistentes, é essencial para prevenir o consumo de drogas. As regras devem ser claras e quando os filhos as cumprem devem ser reforçados, através de um elogio ou ganho de privilégios. O seu incumprimento, por outro lado, acarreta efeitos negativos (perda de privilégios). Assim, os filhos tomam consciência de que o seu comportamento, as suas atitudes e os seus desejos têm limites que não devem ser ultrapassados.

CRIAR UMA BOA RELAÇÃO AFETIVA

Uma boa relação afetiva (baseada no respeito mútuo, no afeto, na confiança, na segurança e na existência de um espaço de partilha de emoções positivas e negativas), é a chave para a estabilidade emocional de todos os membros da família. Se confiarmos nos nossos filhos, reforçarmos os seus comportamentos positivos e esclarecermos as suas dúvidas e crenças “ As regras devem ser claras e quando os filhos as cumprem devem ser reforçados, através de um elogio ou ganho de privilégios. sobre as substâncias psicoativas, crescerão num ambiente de segurança e equilíbrio, que lhes permitirá fazer escolhas saudáveis. MELHORAR A COMUNICAÇÃO A comunicação é um dos principais valores da família. Uma boa comunicação tem repercussões positivas nos filhos: aumenta a autoconfiança, a facilidade em gerir os momentos de pressão (grupo de pares, modas e os meios de comunicação) e capacita-os para tomarem decisões adequadas e a saberem dizer não.

PROMOVER UMA BOA GESTÃO DO TEMPO LIVRE

A ocupação dos tempos livres é muito importante para a prevenção do consumo de substâncias psicoativas. A grande percentagem do consumo de álcool e outras substâncias ocorrem nos tempos livres, junto do grupo de amigos e fora do ambiente familiar. Ensiná-los a ocupar adequadamente o tempo livre e a adotarem hábitos de vida saudável faz parte do processo educativo. Perante uma situação de consumo de substâncias psicoactivas por parte dos filhos, é aconselhável aos pais:

SOLICITAR INFORMAÇÃO E AJUDA

Este passo é fundamental para não se sentir só e perdido/a. Solicite orientação e a consulta a profissionais especializados.

 ATUAR ADEQUADAMENTE

 Perante a suspeita ou evidência do consumo de substâncias psicoativas é fundamental atuar com calma. Manter a serenidade e evitar os confrontos, facilitará a comunicação e poderão dispor de mais informação para tomar decisões mais acertadas. Nem todos os consumos de substâncias psicoativas evoluem para a toxicodependência. O estabelecimento de uma dependência é um processo que pressupõe diversas etapas, pelo que a deteção inicial de um consumo poderá representar um consumo experimental.

ESTABELECER UMA BOA COMUNICAÇÃO

É importante que haja uma boa comunicação entre os pais e os filhos, caso isso não aconteça é importante restabelecer o diálogo. Para tal, é fundamental demonstrar disponibilidade para ajudar: agir sem fazer juízos de valor, sem recriminações, nem ameaças. Esta atitude tem como principal objetivo ajudar, não significa que concordamos com o seu consumo de substâncias psicoativas.

ATITUDES FAVORÁVEIS PARA O ENCONTRO DE SOLUÇÕES

 Os pais devem estar juntos para abordar o problema. É fundamental a coesão de toda a família tanto na tomada de decisões como para concretizá-las.

ATITUDES DESFAVORÁVEIS Atitude

protetora excessiva, tornando-se controlador e até mesmo obsessivo em tudo o que o seu filho faça, a crítica continuada e violenta em relação ao seu comportamento, utilizar a punição como único recurso para evitar que continue a consumir e a falta de confiança.

LEMBRE-SE...

A família constitui uma estrutura de apoio perante as pressões do meio que podem influenciar os seus filhos. Deve ter uma postura de desaprovação perante o consumo de substâncias psicoativas. As atitudes e os comportamentos devem ser coerentes com essa postura.

Mónica Pereira Socióloga

Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais Unidade Operacional de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências

In "Jornal da Madeira"