Mais de 500 estudantes do secundário na Madeira viajaram ontem para o sul de Espanha
Centenas de alunos participaram ontem nas iniciativas da UCAD antes de partirem para Punta Umbría.
Ainda que não saia tanto à noite quanto costumava, João David, de 17 anos, gosta de passar «um bom bocado» com os amigos. Diz que para se divertir não precisa de consumir álcool, muito menos tabaco, uma postura, aliás, que pretende manter em Punta Umbría, Huelva, em Espanha, para onde partiram, ontem, mais de 500 estudantes do secundário na Madeira.
Depois de tirar a última fotografia de grupo com a Unidade Operacional de Intervenção Comportamentos Aditivos e Dependências (UCAD), que aproveitou o dia de ontem para promover várias ações de sensibilização no aeroporto Cristiano Ronaldo, João David preparava-se para passar pela zona do controlo de segurança e, assim, dar início ao “check-in” das malas. Passará cinco dias no país vizinho, de onde espera colecionar «muitas memórias»
“Estou a poupar para a viagem em desde o começo de setembro», conta ao JM o finalista do curso de Ciências e Tecnologias da Escola Secundária Francisco Franco, assumindo-se «ansioso». Lá, promete ser «moderado» no consumo de álcool, até porque, na sua ótica de nada valem os exageros.
Se as pessoas são maiores de idade e querem beber, que bebam mas não exagerem
porque a seguir só fica mal para os colegas para os amigos, para a família e para ele próprio», vinca.
Barros, ao seu lado, é da mesma opinião. Para além de não ter por hábito beber muito, o estudante do curso de Informática do mesmo estabelecimento de ensino «nunca» consumiu tabaco – e é contundente na resposta.
Questionado, ainda, sobre a sua estada em Punta Umbría, o jovem de 18 anos promete, por entre risos, que iria «tentar não pisar o risco». Na ocasião, o diretor da UCAD, Nelson Carvalho, esclarece que esta iniciativa, denominada “Diversão sem riscos» e desenvolvida pelo Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais através desta unidade, visa «sensibilizar e prevenir os estudantes para os riscos» dos bailes e da própria viagem de finalistas - «para muitos, a primeira, onde estarão sem os pais».
Para o psicólogo, é «importante» realizar estas ações de prevenção de um modo «positivo e não paternalista», complementando o papel dos pais. «Queremos que tenham consciência de que a viagem de finalistas é um momento especial da nossa vida, que deve ser recordado de maneira positiva».
Tanto os estudantes como os respetivos pais, por sua vez, «têm aderido muito bem» ao projeto. «Até os pais notamos que estão muito contentes e sentem-se até compreendidos e mais seguros», acrescenta.
Tânia R. Nascimento
In "Jornal da Madeira"