As campanhas contra a toxicodependência levadas a cabo no ano passado na Região atingiram mais de 32 mil pessoas. A palavra de ordem para este tipo de ações é a prevenção.

 

 

O IASAÚDE, através da Unidade de Intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências (UCAD), promoveu, no ano passado, em articulação com várias instituições, diversas iniciativas preventivas em que foram contabilizadas 32.192 pessoas.

 

Estes números resultaram de ações desenvolvidas diretamente pela UCAD, como por exemplo os programas implementados em contexto escolar (1.º, 2.º e 3.º ciclos): “Atlante”, “Preparando o meu futuro” e “Domicílios e carros 100% livres de fumo”, os quais abrangeram 8983 alunos.

 

A intervenção da UCAD, conforme referiu o diretor da unidade, tem sido feita em diferentes contextos, não apenas no escolar, mas também no comunitário, no militar, passando pelo familiar, laboral e recreativo, bem como junto da comunicação social, com a colaboração da unidade em vários meios, como jornais, rádios ou televisão.

 

NÚMEROS SUPERIORES

 

Nelson Carvalho refere que, uma vez que não pode ser quantificado em contexto mediático, porque o número de leitores, ouvintes e telespetadores alcançados por esta mensagem não é mensurável, a abrangência destas ações de sensibilização e prevenção para os comportamentos aditivos e dependências deverá exceder, em muito, os 32.192 contabilizadas, ou registadas.

 

No essencial, disse Nelson Carvalho, o objetivo destas ações é, «no fundo, informar, prevenir, sensibilizar as pessoas para os perigos do consumo de substâncias psicoativas, em que lhes são transmitidas informações, alertas, indícios de consumo, modos de atuação para pais, professores e técnicos. Mas falamos também, naturalmente, nas substâncias, para as pessoas terem uma ideia dos efeitos e das consequências».

 

Quanto às idades das pessoas alcançadas por estas ações, Nelson Carvalho diz que na sua maioria as pessoas alcançadas em 2016 tinham entre 15 e 34 anos. No próximo ano letivo adianta que «o objetivo será reforçar as ações de prevenção ao nível do primeiro ciclo» e manter o restante trabalho junto camadas etárias, porque a «prevenção pode e deve ser feita em todas as idades».

 

MAIOR INCIDÊNCIA NOS JOVENS

 

Neste momento, tal como confessou, a maior incidência das ações «tem sido entre os 15 e os 19 anos, porque são, geralmente,os jovens nestas idades que estão sujeitos a mais riscos e com maior propensão para a experimentação, daí que também estejamos a investir muito nesta faixa etária para sensibilizar». Para o sucesso deste trabalho, Nelson Carvalho destaca, ainda, a colaboração e as parcerias das mais diversas instituições, em diferentes áreas, porque, recorda, «o problema das dependências é transversal a tantas áreas, desde a escola, ao meio familiar, passando pelo trabalho e a comunidade em geral». Por isso, remata o diretor da UCAD, sem esse trabalho de parceria seria impossível toda esta atividade.

 

É também por força desta junção de esforços, envolvendo a UCAD e os mais diversos parceiros que, em 2016, recorda Nelson Carvalho, foi possível também concretizar mais de 80% das ações planeadas. 

 

GOVERNO COMBATE A TOXICODEPENDÊNCIA

 

O responsável pela UCAD diz que estes resultados, com um alcance tão expressivo de pessoas, só acontecem, também, devido ao investimento e à aposta determinada do Governo Regional em enfrentar esta problemática. Trata-se, conforme referiu, de um esforço conjunto do Executivo madeirense, envolvendo vários departamentos e secretarias, dando o exemplo do Programa de Prevenção das Dependências em Contextos Sociais Vulneráveis, que envolve a Secretaria Regional da Saúde e a Secretaria Regional da Inclusão e dos Assuntos Sociais.

 

Conforme referiu, este é também um dos mais de 20 projetos que a UCAD está a desenvolver, porque permite intervir, com ações de prevenção, junto das populações vulneráveis, «que estão mais suscetíveis de a adotar comportamentos de risco». Por último em 2017, o contexto Dependências sem Substância será prioritário, com especial incidência na adição à internet, jogo patológico e influências/consequências das novas tecnologias na nossa sociedade.

 

Marsílio Aguiar

 

Fonte: Jornal da Madeira