Quarenta e três mil: 18 mil médicas e 25 mil de enfermagem. Este é o número de consultas realizadas ao nível do planeamento familiar, no último ano, na Região.

 

As consultas de planeamento familiar estão a registar um número crescente de ano para ano. Neste momento, o número é o seguinte: 18 mil consultas médicas e 25 mil de enfermagem, sendo os centros de saúde do Bom Jesus e de Câmara de Lobos as unidades que registam maior afluência.

 

Estes números foram avançados ontem pelo secretário regional da Saúde, na sessão de abertura do seminário “Dez(a)fios atuais”, o qual foi organizado pela Associação para o Planeamento da Família. Pedro Ramos aproveitou a iniciativa, que decorreu numa unidade hoteleira do Funchal, para realçar que o Centro de Saúde do Bom Jesus disponibiliza a consulta do adolescente que se encontra, neste momento, sem lista de espera e funciona sem marcação prévia.

 

Duas mil adolescentes frequentam esta consulta que presta apoio ao nível do planeamento familiar, da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e na gravidez na adolescência.

 

O governante salientou ainda que, por ano, são distribuídos por todos os centros de saúde da Região cerca de 66 mil contracetivos (entre preservativos, pílulas e implantes).

 

390 MIL EM CONTRACETIVOS

 

O Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (IASAÚDE) dispende, ainda segundo o secretário regional, cerca de 390 mil euros por ano em contracetivos.

 

Pedro Ramos considera que a sociedade despertou há muito para a necessidade de abordar, sem preconceitos e moralismos, esta dimensão do ser humano (que é o planeamento familiar), em torno da qual surgem novas responsabilidades, das quais «não nos podemos afastar, quer enquanto seres humanos, quer enquanto profissionais de saúde».

 

Sobre a importância dos números por si avançados naquele seminário, Pedro Ramos destacou os ganhos em saúde. Com aqueles investimentos, há uma aposta na promoção de comportamentos saudáveis face à sexualidade e a redução da incidência das infeções resultantes de transmissão sexual. Aspetos que contribuem para a melhoria da saúde nas famílias. O governante realçou ainda que o acesso facilitado à educação e contraceção é, seguramente, a melhor forma de combater uma gravidez indesejada.

 

Considerando que a Madeira está na linha da frente quanto ao planeamento familiar, o secretário regional da Saúde admitiu, contudo, que o sucesso desta política dependerá, sempre, de cada um de nós.

 

Pedro Ramos diz-se satisfeito por existirem organizações como a Associação para o Planeamento Familiar. Diz que estas associações vêm complementar todo o trabalho feito na área pelo SESARAM. Defendeu também que o planeamento familiar assume uma dimensão prioritária nos cuidados reprodutivos.

 

«Na saúde reprodutiva, foram criadas equipas multidisciplinares em todos os concelhos», afirmou o titular da pasta da Saúde.

 

 

 

MUITOS ALUNOS POUCO INFORMADOS

 

O diretor regional da Educação, que marcou presença no seminário, em representação do secretário regional da Educação, defendeu que «infelizmente, ainda há muitos alunos que têm muito que trabalhar no que diz respeito à obtenção de informação ao nível do planeamento familiar». O governante considerou que o seminário ontem realizado tem uma oportunidade muito premente, que é a de olharmos para a realidade da sociedade de uma forma global e entendermos que a escola tem grandes desafios que não se limitam apenas a aprender a ler e escrever. Aliás, «excessivamente se atribui à escola competências que não estão na sua natureza original. Isso exige que ela consiga ultrapassar todas as falhas que existem na família», conforme adiantou Marco Gomes.

 

«A educação é sempre um desafio muito importante. Devemos estar sempre abertos a dar uma resposta diferenciada», finalizou.

 

Fonte: Jornal da Madeira