Sexo em grupo é acompanhado por drogas que reduzem as inibições e aumentam a euforia. Em Londres, há muito que é um problema de saúde pública.
O director-geral da Saúde, Francisco George, deu conta nesta terça-feira de um surto de hepatite A em Portugal e noutros países europeus que está a ser relacionado pelas autoridades de saúde com o chamado chemsex. De que se trata, afinal?
"Actividade sexual potenciada por substâncias químicas" é a descrição utilizada pela Direcção-Geral de Saúde. Com a crescente popularidade do chemsex, sobretudo entre homens homossexuais (mas não exclusivamente), o British Medical Journal (BMJ) aproveitou para explicar o fenómeno. Praticado normalmente em festas e orgias, o sexo é misturado com drogas, tais como mefredona, cristais e GHB, para que dure horas ou até dias. O nome, chemsex, vem do inglês “chemical sex”, o que significa “sexo químico”.
Estas substâncias são consumidas para reduzir as inibições e aumentar o prazer, mas os especialistas do BMJ alertam para os riscos para a saúde. Estes estimulantes aumentam a frequência cardíaca e a pressão arterial, podendo ainda ter graves efeitos na saúde mental, sendo que a dependência, tal como acontece com outras drogas, pode tornar-se permanente.
Além disso, devido à excitação e à euforia provocadas pelas substâncias, os praticantes desta actividade podem ficar até 72 horas sem dormir ou comer — o que prejudica, naturalmente, a saúde. O risco de exposição a doenças sexualmente transmissíveis, como por exemplo o VIH/Sida, também aumenta, devido à redução da percepção do perigo provocada pelas drogas.
Em Londres, este tipo de actividade sexual já se tornou num caso de saúde pública. De tal forma que, em 2015, foi realizado um documentário sobre o mundo do chemsex na capital britânica.
PAULO PIMENTA
Fonte: Público