Doença respiratória mantém números mais ou menos iguais mas...
As alergias alimentares e medicamentosas estão a aumentar. As alergias respiratórias mantém-se mais ou menos em número semelhantes aos de há 20 anos.
Aproxima-se a Primavera, altura propícia para o agravamento da doença alérgica. Os estudos indicam que os países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento têm registado, nos últimos 10 a 20 anos, um crescimento. Mas a alergologista Susana Oliveira diz não ver esse aumento especificamente na Madeira, sobretudo no que diz respeito à doença alérgica respiratória. Admite, contudo, que as alergias alimentar e medicamentosa estão a sofrer, sim, um aumento, comparativamente à doença alérgica respiratória. Esta subida no número de alergias alimentares poderá ter a ver com as mudanças no estilo de vida, nas envolvências habituais de cada um de nós, nos hábitos alimentares. O facilitismo que existe, hoje em dia, na auto medicação poderá também estar na origem do aumento das alergias medicamentosas. O hospital conta com 3 especialistas em alergologia, sendo esperada uma nova médica este ano.
Sem especificar números, a alergologista madeirense diz que nos últimos anos não têm sido feitos estudos epidemiológicos, que permitam ter números atualizados. Os dados que existem foram realizados há 15 ou 20 anos. Os últimos dados, de há uma década (no mínimo) apontam para o facto de a rinite alérgica afetar 40% da população, sendo que 10 a 12% sofre de asma.
«Temos muitos doentes e poucos especialistas para tratá-los», refere Susana Oliveira, embora admita que muitos dos doentes não procuram o médico para fazer uma terapêutica preventiva e vão vivendo com as dificuldades diárias. «Acabam por fazer mais as terapêuticas de crise. Temos muitos doentes a recorrer, por crises, aos serviços de urgência. Essas crises seriam mais reduzidas se os doentes estivessem a ser acompanhados e tivessem consciência da sua doença como doença “ Em termos de género, são mais as mulheres que procuram ajuda médica no que toca às alergias. crónica», adianta.
A alergologista diz que vários médicos (de medicina geral e familiar) estão a fazer sensibilização, por forma a que não sejam só os alergologistas a alertar para estas patologias.«É uma doença controlável que permite ter qualidade de vida na maioria dos casos», assegura Susana Oliveira. A doença alérgica pode manifestar-se em qualquer idade, sendo que, na infância, há uma maior prepoderância da doença alérgica respiratória. Numa percentagem significa de doentes, essa problemática irá acompanhar as pessoas até a idade adulta. Mas alguns conseguem livrar-se da patologia que, na infância é exarcebada e que deixa de manifestar-se na fase adulta. Os que se mantêm com rinite e asma, ficam com o problema para o resto da vida, sendo que a partir dos 30 anos de idade, verifica-se uma maior procura de ajuda médica.
Carla Ribeiro
Fonte:Jornal da Madeira