Na Madeira, 93,29% das receitas médicas já são eletrónicas. Mas, se atentarmos apenas aos hospitais e centros de saúde (públicos), os números sobem para os 99,18%.
A receita eletrónica atingiu, no final da semana passada, os 93,29% do total de receitas médicas passadas na Região. Mas, se tivermos apenas em conta os dados do serviço público (SE- SARAM), os índices apontavam, a 13 de fevereiro, para valores ainda superiores, quase 100%: 99,18%.
A Receita Sem Papel (RSP) está a ser implantada em todo o território regional desde início de janeiro deste ano, com resultados melhores ao nível do sector público, como aliás acontece em todo o território nacional, do que no privado, onde o processo começou depois e, consequentemente, está mais atrasado.
Isto mesmo confirmam os dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que consideraram que a desmaterialização da Receita Sem Papel na Madeira tem vindo a representar um caso de sucesso no País, obtendo quase a totalidade da percentagem de receituário emitido, o que revela a enorme adesão por parte dos prescritores madeirenses, segundo considera aquele organismo.
Neste momento, a Região está apenas a dois pontos percentuais do total nacional, o que é representativo da sua rápida implementação, a partir da adesão dos prescritores, uma vez que a RSP tornou-se obrigatória, há pouco mais de um mês.
O sucesso alcançado deve-se, segundo o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, à sinergia entre o Serviço de Saúde da RAM, o Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (IASAÚDE), que têm colaborado ativamente em todo o processo de implementação, e a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), entidade nacional responsável pelo “ A Receita Sem Papel tem caráter obrigatório desde 1 de janeiro. Antes, esteve em período experimental. desenvolvimento do sistema de informação.
As sessões de formação, disponibilizadas, no terreno têm, conforme enaltece o governante, «contribuído para a eficácia do processo de implementação deste projeto, permitindo um acompanhamento mais próximo aos técnicos locais».
Além de otimizar recursos disponíveis, combater a fraude, reduzir custos e de contemplar preocupações ecológicas, a desmaterialização da receita médica nas regiões autónomas reforça a interoperabilidade entre o sistema de saúde regional e o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Esta “aproximação estratégica” na área dos sistemas foi possível graças à consolidação do registo nacional de utentes, incluindo as regiões autónomas da Madeira e Açores.
«O sucesso do projeto RSP vai continuar a depender do “envolvimento” entre responsáveis políticos, gestores, informáticos, profissionais de saúde e cidadãos», releva Pedro Ramos.
O secretário regional da Saúde congratula-se com a excelente adesão dos prescritores e a rápida adaptação dos utentes aos novos procedimentos. Pedro Ramos considera, a propósito; «Estamos todos a ganhar em eficiência, segurança e qualidade no acesso à saúde».
A 9 de fevereiro, a média nacional da percentagem de embalagens médicas prescritas de receita sem papel era de 92,74, enquanto a média regional era de 91,04%.
A 14 de fevereiro, os valores regionais chegaram aos 99,18% no SESARAM e a cerca de 80% cento no privado. Nesse dia, foram “passadas” 22.205 receitas em toda a Região, das quais 16.592 no serviço público e 5.613 no privado.
FARMÁCIAS APLAUDEM RECEITAS “ONLINE”
Bruno Olim Pereira não tem dúvidas: o receituário desmaterializado tem sido um sucesso. Em declarações ao JM, o representante na Região da Ordem dos Farmacêuticos realça que são cada vez menos as receitas em papel que chegam às farmácias.
O farmacêutico refere que a obrigatoriedade das receitas eletrónicas veio facilitar a vida a toda a gente, desde médico a farmacêuticos, mas sobretudo aos utentes.
É que os utentes, com a receita eletrónica, já não necessitam de comprar os medicamentos todos no mesmo dia nem todos no mesmo local.
«Desde que esteja dentro da data máxima, podem comprar hoje um medicamento, amanhã outro. E nas farmácias onde quiserem», explica. Algo que facilita, sobretudo nos casos de utentes com menos recursos financeiros, que não podem comprar medicamentos todos ao mesmo tempo.
Paralelamente, às farmácias permite diminuir tempo de serviço, facilitando registos. Quanto aos médicos, o novo sistema também vem agilizar procedimentos.
Miguel Ângelo
Fonte: Jornal da Madeira