Pedro Ramos quer maior acompanhamento aos doentes mentais e resolver «vulnerabilidade contratual» dos profissionais
O secretário da Saúde considera necessário espaço de internamento para «situações mais urgentes». O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) vai voltar a contar com um espaço para internamento psiquiátrico.
Uma medida anunciada ontem pelo secretário regional da Saúde que, apesar de não ter adiantado muitos pormenores, nomeadamente a data prevista e o número de camas estimado, referiu que será um espaço «reduzido», «para as situações mais urgentes e que precisem de outro tipo de acompanhamento».
Pedro Ramos, que falou depois de uma primeira reunião com o Conselho Consultivo de Saúde Mental, mencionou que, «do ponto de vista organizacional, há todo um caminho que tem de ser rapidamente iniciado», a começar pela «definição do serviço de psiquiatria dentro do regulamento do SESARAM», referindo-se também à contratação de psiquiatras, onde será dada prioridade «a algumas situações pendentes, que estavam em situação de vulnerabilidade contratual».
«Começamos por esses e temos já outros dois colegas que trabalham ao nível nacional, que também já faziam prestação de cuidados ao nível privado na Região e que já se demonstraram disponíveis para também contribuir para a solução imediata da situação», acrescentou Pedro Ramos, considerando ainda que, «em termos profissionais, a RAM aproxima-se já daquele número ideal que os psiquiatras entendem». O secretário referia-se aos profissionais que trabalham nas instituições privadas da Região e que também prestam cuidados na área da saúde mental, especificando que existem «cinco a trabalhar na Casa de Saúde Câmara Pestana, seis a trabalhar na Casa de Saúde de São João de Deus, dois psiquiatras na Sagrada Família e mais três pedopsiquiatras».
O responsável mostrou-se ainda empenhado em avançar com o novo Programa de Saúde Mental da RAM, «uma realidade que terá concretizações a curto, médio e longo prazo».
Como prioridade, reforçou a aposta na prevenção, «nomeadamente com um maior acompanhamento das situações crónicas das demências», ciente de que «as principais causas de morte previsíveis para as próximas gerações são as infeções e as doenças demenciais», devido a um envelhecimento cada vez mais frequente, fruto da otimização dos cuidados na área da medicina.
Susy Lobato
Fonte: Jornal da Madeira