Miguel Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, quer formação em suporte básico de vida e também para uso de desfibrilhadores automáticos externos.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia quer que as escolas tenham formação prática obrigatória em suporte básico de vida e em utilização de desfibrilhadores nos 9.º e 11.º anos.

 

Existe actualmente um protocolo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para ser executado nas escolas, dando formação em suporte básico de vida, mas a Sociedade Portuguesa de Cardiologia considera que está aquém do necessário, atingindo uma "percentagem mínima de jovens".

 

O presidente da Sociedade, o cardiologista Miguel Mendes, defende que após a formação nos 9.º e 11.º anos, esta deve depois repetir-se no primeiro ano do ensino superior.

 

Além dos professores de Ciências e Biologia, que têm já competência para ministrar a parte teórica, o especialista considera que devem ser envolvidos outros docentes, como os de Educação Física, para que possam tornar-se formadores da parte prática de suporte básico de vida. Além das manobras de suporte básico de vida, Miguel Mendes considera essencial que haja também formação para usar os desfibrilhadores automáticos externos (DAE).

 

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia será ouvida nesta quarta-feira na comissão parlamentar de Educação, onde irá defender que se melhorar o protocolo existente para dar formação de suporte básico de vida nas escolas.

 

O cardiologista Miguel Mendes enaltece o esforço que tem sido feito pelo INEM, mas lembra que a instituição tem meios limitados, considerando que se deve recorrer a outras escolas de ressuscitação (como as da Cruz Vermelha ou dos bombeiros).

 

As manobras de reanimação ou o suporte básico de vida podem evitar casos de morte súbita mas os especialista consideram essencial que a generalidade dos cidadãos as aprenda a aplicar. Em Portugal haverá cerca de 10 mil pessoas por ano vítimas de morte súbita.

 

Fonte: Público