Proteger é o instinto mais básico das relações humanas. Significa, sobretudo, oferecer condições de crescimento, de desenvolvimento, de amparo e de fortalecimento da pessoa em formação.

 

​Os fatores de proteção são descritos como “recursos pessoais ou sociais que atenuam ou neutralizam o impacto do risco” (Moreira, 2001). Podem funcionar como mecanismo de defesa para o desenvolvimento do ser humano, um escudo que o protege para a estruturação das suas condições físicas e psicológicas.

 

Os fatores de proteção têm três grandes objetivos: por um lado, reduzir os impactos negativos nas situações mais adversas que a vida muitas das vezes impõe (doença, luto, stress, entre outras situações), por outro lado, reduzir as reações negativas que surgem da exposição do indivíduo à situação de risco (tristeza, isolamento, medos…). Por último, criar oportunidade para reverter a situação de risco numa situação de crescimento pessoal.

 

Quantos mais fatores de proteção apresentarmos, maior será a nossa resiliência.

 

A resiliência é a capacidade para enfrentar positivamente acontecimentos adversos numa perspetiva de promoção da saúde, bem estar e qualidade de vida. Um conjunto de processos, sociais e psíquicos, que possibilitam o ser humano desenvolver-se sadiamente, mesmo vivendo num ambiente que não seja tão favorável. A resiliência não pode ser pensada como uma competência que nasce com o indivíduo. Trata-se de um processo interativo entre a pessoa e o meio que a rodeia.

 

Uma pessoa resiliente apresenta características específicas, ou seja, é uma pessoa confiante, que acredita nas suas próprias capacidades, possui autonomia e perspicácia na resolução dos seus próprios problemas. Todas estas competências, adquirem-se na relação com os outros.

 

Deste modo, a resiliência tem sido reconhecida como um factor de extrema importância para a promoção da saúde mental e prevenção do consumo de substâncias psicoativas (Ferro, 2015). Educar uma criança resiliente, consiste em capacitá-la nas mais diversas habilidades que dispõe com o intuito de fazer frente aos fatores de risco a que se encontra sujeita, por forma a desenvolver uma trajetória de vida saudável.

 

Dado isto, reforço o nosso papel, como pais e educadores, responsáveis pelo desenvolvimento das nossas crianças, pretendo fomentar a ideia de que os problemas existem e temos de os resolver. Face a isto, ao encontrarmos alguma dificuldade na sua resolução, devemos procurar ajuda, pois o problema torna-se mais pequeno quando o partilhamos com alguém. Acreditar em si, nas suas capacidades, são palavras de ordem. Fomente a ideia de que o caminho a percorrer pode não ser a direito, mas persistindo a vontade de ultrapassar e superar os obstáculos que a vida nos dá, quando nos apercebemos chegamos ao objetivo pretendido, mas com uma variante, mais fortes e felizes!

 

Rubina Nóbrega

 

Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP – RAM

 

Unidade Operacional de intervenção em Comportamentos Aditivos e Dependências

 

Fonte: Jornal da Madeira