Segundo o Relatório Anual da Infeção VIH/Sida, a tendência descendente do número de casos com síndrome da imunodeficiência adquirida mantém-se. Apesar disso, Portugal tem sido, desde há largos anos, o país da Europa ocidental com mais elevada taxa de novos diagnósticos

Os primeiros anos de 2000 foram um importante ponto de reviravolta no que toca aos números ao VIH/SIDA em Portugal. Foi a partir do arranque do novo milénio que começou a registar-se uma diminuição nos casos de infeção por VIH e de diagnósticos de SIDA. E, segundo o Relatório Anual da Infeção VIH/Sida, divulgado esta quarta-feira, 2015 não foi exceção.

 

No último ano, em Portugal, 238 pessoas foram diagnosticadas com SIDA, menos 63 do que em 2014. “A maioria dos novos casos ocorreu em heterossexuais”, homens (170) com uma idade mediana de 45, revela o documento elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

 

Relativamente às infeções por VIH, o vírus que pode evoluir para SIDA, foram registados 990 novos casos. É mais comum em homens do mulheres e em 99,9%, a pessoa infetada tem mais de 15 anos. Praticamente metade dos indivíduos (49,3%) são da Área Metropolitana de Lisboa.

 

 “Manteve-se o predomínio de casos de transmissão heterossexual verificado nos anos anteriores, no entanto, os casos em homens que têm relações sexuais com homens corresponderam a 40,5% dos casos em que há informação disponível sobre o modo de transmissão e constituíram, pela primeira vez desde 1984, a maioria dos novos diagnósticos em homens (53,8%)”, avança o documento.

 

Também diminuiu o número de óbitos. No total, em 2015, 192 pessoas morreram devido à infeção pelo VIH, sendo que 107 em estadio de SIDA.

 

Entre 2005 e 2014 observou-se uma redução de 50% no número de novos casos de infeção por VIH e de 69,3% em novos casos de SIDA. Assim como se também uma redução de 66,6% no número de novos casos que se apresentaram em estadio SIDA à data do diagnóstico de infeção. Apesar da diminuição dos números, Portugal é, “desde há largos anos, o país da Europa ocidental com mais elevada taxa de novos diagnósticos de infeção por VIH e de SIDA”.

 

 “Se é causa de preocupação o número de novos diagnósticos de infeção por VIH em HSH em Portugal, constitui também motivo de apreensão e motiva ao empenho de todos os profissionais de saúde na melhoria das estratégias para aumentar o diagnóstico precoce e reduzir a fração não diagnosticada”, lê-se no relatório.

 

Nos últimos 30 anos – altura em que da criação do Grupo de Trabalho da SIDA e da publicação dos primeiros dados epidemiológicos nacionais -, 54.297 casos de infeção por VIH, dos quais 21.177 em estadio de SIDA. Em Portugal, desde 1983, já morreram 10.679 devido à infeção vírus da imunodeficiência humana.

 

Fonte: Expresso