Em 2017, realizaram-se 360 consultas a doentes ostomizados prevendo-se o dobro para este ano

 

Em 2017, a consulta de estomaterapia realizou 360 consultas (com um enfermeiro até novembro). Este ano, estima-se duplicar o número de consultas aos doentes ostomizados.

 

A consulta de estomaterapia do Hospital Dr. Nélio Mendonça, que até novembro de 2017 tinha apenas uma enfermeira especialista a acompanhar os doentes, passou para duas profissionais, o que virá dar uma resposta mais eficiente e eficaz aos utentes. A garantia é da enfermeira-diretora do Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM), a qual explica que a referida consulta é sobretudo importante para os utentes com estoma (abertura no corpo).

 

Quer as patologias da área intestinal, quer da área urinária têm doentes ostomizados. Há também

 

doentes do foro de otorrinolaringologia que têm o seu estoma na garganta. Dalila Freitas explica que a consulta em causa está mais virada para os doentes do foro intestinal e urinário e aponta que, em 2017, realizaram-se 360 consultas. Destas, 76 foram primeiras consultas, sendo que as restantes foram de continuidade.

 

Estima-se, por isso, que durante este ano as consultas cheguem praticamente ao dobro. Mais de 700.

 

A enfermeira diretora do SESARAM explica que o objetivo destas consultas é o de fazer com que o impacto da ostomização seja o menor possível. É que é difícil lidar com uma situação destas, uma vez que a auto-estima do doente e a parte social ficam amplamente afetados. A ostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na Dalila Freitas explica que os doentes ostomizados são acompanhados desde o internamento e até na vida ativa.

 

A abertura de um órgão oco como, por exemplo, algum trecho do tubo digestivo, do aparelho respiratório, urinário, ou outro qualquer, podendo ou manter uma comunicação com o meio externo, através de uma fístula, por onde pode-se conectar um tubo de inspeção ou manutenção.

 

A consulta de estomaterapia do Hospital Dr. Nélio Mendonça é composta por uma equipa multidisciplinar (que envolve não só enfermeiros mas médicos e nutricionistas, entre outros). O doente é acompanhado desde o serviço de internamento ao ato operatório, pós-operatório e regresso a casa. Dalila Freitas afirma que o objetivo é que o doente recupere toda a sua independência da melhor maneira, pois, na verdade, hoje temos vários dispositivos cada vez mais adaptados à situação de cada utente. A enfermeira-diretora do SESARAM realça que a consulta de estomaterapia não é nova - já existe desde há alguns anos - mas ganha, agora, uma dinâmica muito maior, com o reforço de mais uma enfermeira especialista. “A nossa consulta não era sistematizada”, realça, acrescentando que agora há uma profissional especialista em reabilitação e outra em enfermagem médico-cirúrgica. Cada uma delas tem formação específica na área da estomaterapia. Às terças e quintas-feiras, os doentes são, deste modo, recebidos na Consulta Externa do Hospital, no período das 8 às 15h30. O apoio é prestado não só no hospital mas também nos centros de saúde e até em casa, em caso de necessidade.

 

Carla Ribeiro

 

 

 

In “JM-Madeira