O diretor do Centro de Saúde do Porto Santo, Rogério Correia, defende a criação de algo novo, com perfil de hospital, para juntar as 13 especialidades atualmente existentes e acrescentar outras valências.

 

Em entrevista concedida ao JM e à 88.8 JM FM (da qual publicámos ontem uma parte), o médico diz-nos que esta ideia, que perspetiva para a ‘ilha dourada’, em termos de prestação de cuidados de saúde, é fortalecida pelo investimento e pelos bons resultados obtidos nos últimos 20 anos.

 

As sete especialidades que se juntaram às seis existentes, a aquisição de equipamentos para a realização de exames, as análises clínicas, o reforço da diálise, a presença da EMIR, são investimentos que vieram melhorar substancialmente a oferta de cuidados para os porto-santenses e permitir maior autonomia em relação ao Funchal.

 

A primeira conquista, segundo Rogério Correia, foi a Medicina Familiar (que mesmo assim precisa de um sexto médico) pelo facto de agora as pessoas levarem a sério que mais vale serem seguidos por um médico, e manterem essa continuidade, do que recorrerem ao centro em último recurso, na urgência.

 

A segunda “guerra cultural”, segundo o diretor, será a de transmitirem aos porto-santenses confiança relativamente às especialidades que vão sendo adicionadas à oferta, pela via de que “oferece a mesma qualidade do que quando vão ao Funchal, com um benefício de que o doente tem os familiares próximos dele”.

 

“A visão que eu tenho (mas não tenho a responsabilidade política para decidir), é que se deve criar uma nova unidade médica-cirúrgica (com colegas que se deslocam do hospital, rotativamente), com urgência, com os serviços de medicina familiar acoplados, e esta unidade [atual centro de saúde] poderia ser usada para outras coisas importantes”, defende o médico.

 

Rogério Correia defende a construção de um novo edifício – “bem concebido!”, mantendo-se o atual “para cuidados paliativos, cuidados, para a diálise, até como dormitório de apoio aos técnicos que se deslocam cá com regularidade”.

 

“Penso que a longo prazo, o Porto Santo deverá encaminhar-se para essa autonomia, para a oferta local, com a criação de mais valências e competências. Já se caminha para isso. A diálise foi melhorada há pouco tempo, a EMIR está aí, os exames complementares existem, podem ser melhorados, cada vez mais se caminha para isso. Temos de pensar no que podemos acrescentar. Este salto qualitativo, que era um sonho de que se falava há dez anos, está praticamente lá”, salienta.

 

Homem alto, de sorriso afável, o diretor, que está no centro há 21 anos (sete dos quais como diretor clínico), confessou ao JM “não estar à espera que desde 1997 (sobretudo nos últimos anos) houvesse, um grande investimento no setor e, mais do que isso, o desejo inerente a todos, de que se invista cada vez mais em saúde”.

 

“Por isso, é que esta visão, que eu não teria coragem de ter há 10 anos, tenho agora. Com a vontade de investir que há nesta terra, não é uma visão assim tão utópica. Está na cabeça de toda a gente oferecer mais, em quantidade e qualidade à população”, defende.

 

2.574 transportes não urgentes

 

No primeiro semestre deste ano foram efetuados 2.574 transportes de doentes não urgentes do Porto Santo para o Funchal, uma média de 368 por mês.

 

Estes transportes implicam, para além das viagens aéreas e marítimas, o serviço de uma carrinha que faz os trajetos para o aeroporto e para o porto.

 

Quanto a transportes efetuadas na ilha, o SESARAM contabiliza, entre janeiro e julho, 854 serviços, que dão uma média mensal de 122 serviços de transporte.

 

Factos

 

Cobertura da população com médico de família é de 93%.

 

13 consultas de especialidades: Cardiologia; Dermatologia; Ginecologia; Medicina Física e Reabilitação; Nefrologia; Neuropediatria; Obstetrícia; Oftalmologia; Ortopedia; Otorrinolaringologia; Pediatria Urologia; Pneumologia.

 

Tem 5 médicos e medicina familiar e 25 enfermeiros.

 

Em 2018, tinha 78 funcionários.

 

O Serviço de Urgência dispõe de um novo instrumento de trabalho, inaugurado em 2017, a

 

TELEURGÊNCIA.

 

A população, no verão e épocas festivas, conta com a presença da Equipa Médica de Intervenção Rápida (EMIR).

 

Toda a equipa de saúde beneficia de formação regular e atualizada.

 

Dispõe, desde este ano, de uma nova Unidade de Hemodiálise, num espaço completamente renovado e com um novo sistema de videovigilância (investimento na ordem dos 360 mil euros).

 

Desde 1 de junho de 2017, a população residente no Porto Santo passou a beneficiar dos serviços humanizados da nova Unidade de Cuidados Paliativos no CS do Porto Santo, evitando assim deslocações ao Funchal.

 

Desde 2017 é possível realizar pequenas cirurgias e injeções intravítreas.

 

14.000

 

CONSULTAS de Medicina Geral e Familiar

 

15.000

 

CONSULTAS de consultas de Enfermagem

 

12.000

 

ATENDIMENTOS no Serviço de Urgência

 

2.000

 

CONSULTAS de Medicina Dentária realizadas

 

4.600

 

SESSÕES de fisioterapia realizadas

 

2.500

 

CONSULTAS médicas de especialidade

 

In JM-Madeira”