Nos primeiros cinco meses deste ano, a consulta do viajante registou 820 pessoas. Uma medida importante para evitar que aqueles que vão de férias venham contaminados pelo dengue. O IASAÚDE acaba de arrancar com uma campanha intitulada 'Pré-mosquito'.

O Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais (IASAÚDE) tem em curso uma nova campanha de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, a qual é designada por 'Pré-mosquito'. A ideia é alertar a população para a importância de prevenir as picadas, reconhecer o mosquito e eliminar os criadouros.

Bruna Gouveia, vice-presidente do IASAÚDE, diz ao Jornal que “temos vindo a ver que as estratégias de combate têm sido eficazes”. Ou seja, a Região tem conseguido reduzir a população de Aedes aegypti na Madeira mas, certamente, a prevenção e a sua disseminação têm de continuar. Embora muitas pessoas, após o impacto inicial, já se tenham esquecido da importância de prevenir, a vice-presidente do Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais diz acreditar que outras tantas já introduziram na sua rotina alguns hábitos de prevenção, como sejam o de retirar os pratos dos vasos de flores, a limpeza das caleiras, a mudança regular dos bebedouros dos animais e a eliminação dos pequenos recipientes que possam ser locais de propagação do mosquito que é responsável pela transmissão do dengue.

Bruna Gouveia diz que a campanha não é propriamente uma iniciativa de educação, pois as pessoas já sabem que atos devem tomar, mas sim recordar que é preciso continuar a prevenir. Durante todo o ano, é feita uma atividade porta a porta, com sistema de monitorização. Há armadilhas para ovos em toda a ilha, assim como armadilhas para mosquitos adultos.

Quando o IASAÚDE encontra, nas mesmas armadilhas, ou ovos ou mosquitos Aedes aegypti, os técnicos de saúde ambiental procuram criadouros e contactam as pessoas do local, num raio de 200 metros, que é o espaço que habitualmente se desloca. Por outro lado, a população é sensibilizada para eliminar potenciais criadouros dentro das moradias. A atividade deste mosquito ainda é baixa mas com o aumento das temperaturas – o que se tem verificado nos últimos dias deste mês de julho – a situação torna-se mais favorável para a multiplicação daquele responsável pela transmissão de doença.

Tendo em conta que esta é uma época de férias e que muitos dos que saem da Madeira vão para zonas onde o dengue existe e está muito ativo, Bruna Gouveia apela às pessoas para que não se esqueçam de comparecer na consulta do viajante. E se tiverem de levar vacina, devem fazê-lo quatro a seis semanas antes da viagem e nunca nas vésperas. É que é preciso deixar que a vacina faça efeito e que as férias decorram da melhor forma possível. Nos primeiros cinco meses deste ano, a consulta do viajante registou 820 pessoas. É importante que ninguém volte à Região, a casa, ao trabalho, com a doença.

Assim e tendo em conta que mais vale prevenir do que remediar, Bruna Gouveia pede a compreensão de todos e atenção a este problema que, nos últimos anos, tem estado calmo mas que, a qualquer hora, com um ou outro caso de contaminação, pode desencadear mudanças no cenário.

 

200 METROS, a área que habitualmente o mosquito se desloca desde a zona da sua localização.

2005 ANO em que foi conhecida a presença do mosquito na Madeira, após identificação da espécie na freguesia de Santa Luzia.

Por Carla Ribeiro

In “JM-Madeira”