Saúde na Madeira não merece complexos, diz Albuquerque

 

Desde 1999, cerca de 160 mil mulheres foram rastreadas ao cancro da mama na Madeira, informou ontem o diretor do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia, Joaquim Vieira, numa erimónia que visou assinalar o 20.º aniversário deste diagnóstico na Região.

O número equivale a cerca de oito mil rastreios anuais. Os diagnósticos precoces das lesões malignas da mama podem mesmo salvar vidas, ao possibilitarem terapêuticas mais eficazes e menos mutilantes, elucidou o também coordenador regional dos rastreios do cancro da mama.

 

Como resultado, o aumento da taxa de sobrevivência, após cinco anos, das doentes ncológicas é evidente na Região, tendo crescido dos 65% registados há 30 anos para uns atuais 85%, percentagem equivalente às médias nacional e europeia. Fator este que levou o presidente da Região, Miguel Albuquerque, a assegurar: “Não temos de ter nenhum complexo relativamente os serviços de Saúde da Madeira”.

 

O “profissionalismo” e “dedicação” das equipas do SESARAM, que “têm um grande amor à profissão”, foi outro dos aspetos enaltecidos por Albuquerque.

 

Ressaltando os progressos “aceleradíssimos” que a humanidade tem alcançado, aludindo aos campos da Medicina e da Saúde, o chefe do executivo regional lamentou que “ninguém fale das boas notícias”, censurando a “dramatização” das mesmas.

 

Numa vertente mais política, o representante do Governo Regional declarou que temos hoje “forças disfuncionais que insistem em combater os princípios que levaram ao progresso da humanidade”. Para Albuquerque, a razão, o progresso e a ciência são as características do Iluminismo, sendo, por outro lado, necessário combater a “idiotia” que descreve como “uma doença que afeta parte da humanidade desenvolvida”.

 

Joaquim Vieira explica atrasos nos rastreios

 

O coordenador regional dos rastreios cancro da mama, Joaquim Vieira, afirmou, na ocasião, que em havido alguns atrasos nos rastreios desta doença oncológica cuja responsabilidade ultrapassa os elementos organizadores do rastreio e o Governo Regional.

 

O diretor do Serviço de Ginecologia/Obstetrícia explicou que numa das caravanas móveis existentes houve um litígio com a empresa construtura e o equipamento não se encontrava climaticamente bem O constituído e “estava sempre bloqueado”. “O problema foi resolvido, mas, mesmo assim, tivemos entre oito a 10 meses com a caravana imobilizada”, frisou.

 

O coordenador informou que atualmente na Região existem duas unidades móveis de rastreio, estando em andamento a construção de uma outra unidade no Centro Dr. Agostinho Cardoso, na qual o equipamento está já adjudicado, que vai substituir a unidade que se encontra na Rua do Frigorífico.

 

Cláudia Ornelas

 

In “JM-Madeira”