Nova pesquisa, realizada em 200 países, revela uma taxa alarmante de jovens com peso a mais ou obesos. Leste da Ásia, China e India registam as maiores subidas

Nas últimas quatro décadas, as taxas de obesidade em crianças e adolescentes aumentaram em todo o mundo, havendo agora dez vezes mais jovens com peso a mais ou obesos. Em 1975 eram 11 milhões, passando para 124 milhões em 2016.

 

A conclusão resulta da maior pesquisa realizada nesta área até à data - abrange jovens entre os 5 e os 19 anos em 200 países - e foi apresentada pela revista Lancet.

 

Entre os países com registo de maiores subidas está o leste da Ásia, a China e a Índia. Mas os casos mais graves reportam à Polinésia e Micronésia, onde cerca de metade da população na faixa etária considerada tem excesso de peso ou é obesa.

 

A tendência é preocupante, sublinhou o investigador que coordenou o estudo, Majid Ezzati, da Escola de Saúde Pública do Imperial College de Londres, acrescentando que a manter-se este ritmo, em 2022 os jovens com excesso de peso ultrapassarão o total dos que estão em situação de desnutrição.

 

Os investigadores lembram os custos associados ao tratamento das doenças associadas ao excesso de peso e culpam, em primeiro lugar, a proliferação dos alimentos de baixo valor nutritivo e com altos índices de gordura, geralmente mais baratos. Reforçam a necessidade de ser promovida uma vida mais ativa entre os jovens, onde a prática desportiva seja regular.

 

 “É um grande problema, que vai piorar”, disse outro dos investigadores, Harry Rutter.

 

O açúcar é outro dos alvos a “abater”, lembram os especialistas. Até agora, apenas 20 países introduziram um imposto sobre os refrigerantes ou bebidas açucaradas.

 

Mafalda Ganhão

 

 

 

In “Expresso"