Os farmacêuticos reclamam um papel mais ativo nos cuidados de saúde primários. Ao JM, Bruno Olim, presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Farmacêuticos, deu um conjunto de exemplos onde seria possível às farmácias ter mais ação, com ganhos para o erário público.

Se houvesse a renovação de receita pelo farmacêutico, apontou Bruno Olim, os doentes crónicos ou os que estão a fazer tratamentos longos poupariam tempo e libertavam vagas no centro de Farmácias querem ter o poder de renovar receitas para que doentes não tenham demarcar consulta. saúde para outros casos. Com esta medida, ficaria determinado no sistema qual a medicação e a quantidade de caixas que o doente poderia comprar num determinado período e este já não precisaria voltar ao centro para continuar com os mesmos medicamentos.

Ora, considerando que um médico dispensa cerca de uma hora por dia a passar receitas e que em 60 minutos pode atender três a quatro pacientes, se somarmos todos os médicos dos centros de saúde a esta realidade, vemos que poderiam nascer aqui muitas vagas para novas consultas, argumenta Bruno Olim.

Por outro lado, o farmacêutico disse que as medições arterial e glicémica também são procedimentos que poderiam ser feitos nas farmácias, evitando uma marcação prévia no centro de saúde. Esta medida até poderia ser implementada a partir do próximo mês, com a introdução da receita eletrónica e a ligação das farmácias à saúde pública. Além destes exemplos, existem muitos outros onde o conhecimento dos farmacêuticos – são cada vez mais os farmacêuticos a trabalharem ao balcão – poderia ser utilizado a favor da saúde pública, na opinião do representante da ordem na Madeira.

O único obstáculo é a falta de capital que as farmácias atravessam neste momento. Bruno Olim até tem uma solução para a falta de liquidez do sector: as farmácias deixarem de receber pelo valor do medicamento e passarem a ganhar por taxas, como nos outros países, para que, quando houver oscilações de preços, seja para cima ou para baixo, não haja perda de qualidade.

Fonte:Jornal da Madeira